domingo, 8 de fevereiro de 2015

Garoto cristão que conseguiu escapar do Boko Haram fala sobre as ações do grupo




Emmanuel Ogebe, do portal Breitbart, conversou com Henry*, um garoto cristão que escapou do controle do Boko Haram, e obteve informações em primeira mão das ações do grupo radical islâmico. Leia a seguir:

"O Boko Haram raramente é misericordioso com meninos cristãos”, escreveu Ogebe, afirmando que a história de Henry possui semelhanças com as de outros três sobreviventes do sexo masculino.

Ogebe informou que Henry deve ter ganhado a simpatia do grupo assassino, considerando que eles o sequestraram com uma perna lesionada, que eles inicialmente pensaram que era um ferimento de guerra.

"Ser soldado significa decapitação imediata", alegou Ogebe. "Aos cristãos em geral é dada a chance de se converter ao islamismo antes de serem mortos. Isso não acontece com soldados – cristãos ou muçulmanos."

Henry compartilhou algumas palavras que ouviu dos militantes sobre o que o Boko Haram faz com as garotas que sequestra. Quando ele estava sob seu controle, o grupo sequestrou 276 alunas de uma escola em Chibok; 20 delas conseguiram escapar.

"Nós perturbamos o mundo sequestrando essas meninas", disse Henry, recordando os comentários dos militantes. "Se soubéssemos, teríamos feito isso antes. Quando matamos um bando de colegiais em Buni Yadi e deixamos as demais meninas irem embora, elas alertaram as outras garotas para abandonarem a escola. Deveríamos tê-las levado. É o que vamos fazer partir de agora”, diziam os militantes que Henry ouviu.


O adolescente também contou que o Boko Haram deu-lhe a opção de se casar com qualquer uma das meninas capturadas. Ele disse a Ogebe que o grupo mantém homens e mulheres em espaços separados; por outro lado, alguns militantes ficam afastados de todos, no que foi descrito como uma espécie de Alojamento dos Oficiais Casados ou MOQ (sigla em inglês para Married Officers Quarters).

"Uma vez que uma mulher é mandada para lá, é um caminho sem volta", disse Henry. Ele fugiu do controle do Boko Haram nove meses depois que descobriu que os radicais destruíram sua cidade natal, uma “área completamente cristã", onde sua família morava.

"Ele se perguntou o que havia acontecido com sua mãe", escreveu Ogebe."Henry não pode deixar os terroristas saberem que aquela era sua cidade natal porque com certeza ele será morto também."

"A existência de MOQs nos campos terroristas poderia muito bem dizer que as meninas, apesar de casadas, podem ainda estar na floresta Sambisa," afirmou Ogebe. "A hora de agir é agora".

De acordo com a revista Newsweek, o Boko Haram está realizando uma insurgência em regiões do nordeste da Nigéria, nos estados de Yobe, Borno e Adamawa. Desde janeiro de 2014, 10.404 pessoas foram mortas pelo grupo.Fonte: Portas Abertas



*Nome alterado por motivos de segurança.

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