sexta-feira, 13 de março de 2015

Há nascentes de água quente em Encélado, e elas podem abrigar vida




Parece que a lua gelada de Saturno Encélado tem um sistema hidrotérmico ativo, que está aquecendo um oceano no pólo sul, os cientistas descobriram.

No ano passado, os cientistas descobriram que Encélado tem um vasto oceano subterrâneo em seu pólo sul. Ele parece estar debaixo de uma camada de 30 ou de 40 quilômetros de gelo, e tem em si quase 10 km de profundidade. Na época, não parecia haver muitos indícios de atividade hidrotermal ligada ao oceano, mas pesquisadores do Laboratório para Física Atmosférica e Espacial da Universidade do Colorado, nos EUA, conseguiram encontrar algumas na forma de pequenos, mas significativos fragmentos de minerais.

E quando dizemos pequenos, queremos dizer realmente pequenos. Descobertos pela sonda Cassini, esses grãos tem apenas 2-8 nanômetros de raio, o que os torna não muito maiores do que um fio de cabelo. Mas eles podem nos dizer muito. Consistindo principalmente de sílica, assim como as partículas de areia e quartzo aqui na terra, acredita-se que eles são o resultado direto de processos hidrotermais, “os resquícios de água salgada evaporada a partir de gêiseres longínquos”, diz William Herkewitz, um dos autores do estudo.


O processo que acaba formando essas partículas de silicato começa com a força gravitacional de Saturno e suas outras luas em Encélado . Isso cria uma grande quantidade de atrito, o que aquece o seu oceano subterrâneo a cerca de 90 graus Celsius. Esta água quente gradualmente dissolve os minerais sólidos que cercam o oceano, e estas partículas são então levadas em direção à superfície através de gêiseres.

Como Sean O’Kane explica, uma vez que as partículas dissolvidas fazem o seu caminho para a a superfície da lua, elas ficam presas dentro de grãos de gelo. Este revestimento gelado em breve é corroído na atmosfera de Encélado, que expõe as partículas de silicato que a Cassini pôde detectar.




“Agora temos uma evidência muito forte de que há um ambiente hidrotermal quente na base do oceano de Encélado, talvez como aqueles onde acreditamos que a vida tenha começado na Terra”, Jonathan Lunine, cientista planetário da Universidade de Cornell, que está envolvido com a Cassini, mas não neste determinado estudo, disse.

Os pesquisadores são tão bons em interpretar este pequeno pedaço de evidência que eles podem realmente usar o tamanho e composição química das partículas para descobrir o quanto de sal está no oceano de Encélado. Na publicação da revista Nature, eles dizem que o limite máximo de salinidade no oceano é de 4% – 3,5% é a média nos oceanos da Terra – e seu pH é provavelmente maior do que 8,5.

O que é realmente especial sobre esta descoberta é que muitos cientistas acreditam que as fontes hidrotermais deram origem à vida na Terra – o contato repetido entre a água do mar quente e rochas circundantes criaram a energia e os nutrientes necessários para produzir e sustentar organismos unicelulares. Será que os mesmos podem existir nessa lua de Saturno?

“Hoje, as fontes hidrotermais ativas na Terra são oásis do fundo do mar, que abrigam ecossistemas que florescem na escuridão, isolados do mundo da superfície. Encontrar outro lugar além da Terra onde a rocha quente e água se misturam, e mesmo que seja longe do Sol, pode indicar que a vida pode florescer lá também.”.

Tais sistemas podem ter sido comuns no início da história do Sistema Solar, quando os planetas rochosos e luas geladas ainda eram relativamente quentes e úmidas em sua formação inicial. Mas até agora os cientistas não tinham evidências de atividade hidrotermal em atividade em qualquer lugar além da Terra “. Fonte :[Scientific American,Popular Mechanics, The Verge]/misteriosdomundo

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